sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Sapopema

    Sapopema, ou sapobemba, é uma palavra originada do tupi sau’pema, que significa raiz chata. Ela designa um tipo de raiz grande que se desenvolve junto com o tronco de várias árvores da floresta pluvial, formando divisões achatadas em torno dele. A sumaúma é uma dessas árvores. Raízes do tipo sapopema são facilmente encontradas em matas de terra firme e de igapó (zona alagável) da Amazônia e podem atingir até 2 metros de altura e 10 metros de diâmetro. Dotadas de beleza impressionante, as sapopemas agem como escoras que dão mais estabilidade aos troncos das árvores. Em Canoinhas podemos apreciar essa linda árvore na trilha do Centro de Educação Profissional “Vidal Ramos” (CEDUP). O local possui trilhas que permitem aos visitantes apreciarem aspectos naturais do ambiente. As trilhas ecológicas são constituídas de caminhos abertos na floresta, que permitem aos visitantes contato mais íntimo com a natureza, ao mesmo tempo em que informam e sensibilizam o público em relação ao ambiente. Uma das trilhas é a da sapopema, para chegar é preciso que uma pessoa da instituição o acompanhe até onde está a árvore. Na trilha é possível apreciar os sons da natureza em conjunto com a bela paisagem do lugar. Nossa equipe fez a trilha da sapopema que dura em torno de uma hora, pudemos apreciar o local e se aventurar pelos obstáculos como barro, mata fechada e muita aventura. Para a professora Carmen Elisabeth Bilicki De Azevedo Velho visitar a trilha é renovar as energias. “Ela tem uma energia tão boa”, comenta. Há 27 anos Carmen trabalha na escola, e sempre que pode passeia pelas trilhas. “Trazemos os alunos para fazer esse passeio”, fala. Para poder abraçar a sapopema é necessário quase oito pessoas pela espessura do seu tronco. Segundo a professora essa árvore era utilizada pelos índios para se comunicar. “Os índios usam essas raízes aéreas para se comunicar, pois elas emitem um som grave que cobre grandes distâncias, quando batidas com pedaços de pau”, relata. Segundo uma lenda amazônica, o Curupira, responsável pelos estrondos na mata, bate um casco de jabuti com força nas sapopemas da sumaúma para checar se elas estão suficientemente fortes para resistir às tempestades.
Texto de Pollyana Martins


Folhagens crescem no tronco da sapopema.
 
Jornalista Pollyana Martins, Professora Carmem e Tania Schiessl.




Dentro do tronco da sapopema.



                                     Na trilha pode-se avistar esta outra árvore.




 

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