sábado, 25 de março de 2017

Encontro das famílias: Gonçalves, Voigt, Silva e Jarschel

    Comemoração dos aniversariantes do 1º trimestre. Assador da costela: Ivo Cunha, Aperitivos: Rodrigo da Silva. Coordenação geral: Ângela Gonçalves e André Farias. Local: Residência do Laércio Gonçalves. 25/3/2017
Fotos: Fátima Santos




Irmãos Gonçalves.





 

sexta-feira, 24 de março de 2017

Arquibancada do Estádio Wiegando Olsen

       Está sendo demolida, por medida de segurança, a arquibancada do estádio.  As madeiras desta construção estavam apodrecendo e trazendo perigo para as pessoas que ainda utilizavam o local. A princípio, a diretoria da Associação São Bernardo pensou em restaurar mas, devido as exigências da lei, as autoridades competentes não permitem mais este tipo de arquibancada, a única solução foi a demolição.






Secretário do Meio Ambiente visitando a estação

Secretário do Meio Ambiente, Ilustree Kath visitando a estação a convite
da autora deste blog, que solicitou a limpeza do pátio da mesma.
Junto com o secretário: Adinor da Silva, Everton Ramthum e Valdir Ribeiro
da Secretaria de Obras..

terça-feira, 21 de março de 2017

Desespero em Herval D’Oeste

         Esta história foi narrada pelo ex-ferroviário e morador de Marcílio Dias, Wando .

     Senhores passageiros, o trem parte em um minuto. Anunciava o agente de estação, a cada viagem.

      Nas estações tronco, antes de iniciar as viagens dos trens de passageiros, o agente de estação batia o sino várias vezes, um minuto antes e, em seguida, anunciava pelo alto-falante, que o trem partiria em um minuto. O chefe de trem pegava com o agente de estação a lista de passageiros que embarcavam naquela estação e, estando tudo certo, ele usava um apito chamado “referi”, como de juiz de futebol. Ele dava um apito longo e o maquinista entendia que era hora de partir.
     Para completar o ritual, na hora da partida, pelo alto-falante, tocava-se uma música. As mais tocadas eram: O Trem de Ferro, de Mário Zan (marcha), Silvino Rodrigues (marcha); Segue teu Caminho; Rapaziada do Brás (valsa); Quarto Centenário, em homenagem aos 400 anos de São Paulo (marcha). Essa era uma das preferidas dos ferroviários e passageiros. Mate Amargo (rancheira); Branca, de Zequinha Abreu (valsa); Caprichoso Cigano (tango); Barril de Chope (marcha); Beijinho Doce; Saudades do Matão; Santa Terezinha; Orgulhoso; Aquela Flor; Tardes em Lindóia; Casinha da Colina; Desde el Alma; Saudades de Ouro Preto; Sobre as Ondas; Lá Vem o Trem e Valsa da Despedida.
 – Quando o trem ia partindo, o som invadia o espaço da estação e os carros de passageiros. Estes, então, acenavam para os amigos e familiares na plataforma. Quando o trem desaparecia, a música era desligada. Aquela música tocava o coração dos passageiros e da gente. Quanta saudade! – recorda Wando Sckudlarek, Wando nasceu a 26 de março de 1933, em Poço Preto, SC. João era agricultor em Rio Claro, Mallet, PR. Em 1930, abandonou a agricultura e entrou na Rede em Santa Leocádia, SC, na função de turmeiro. Dois anos mais tarde foi transferido para Poço Preto e, em 1943, foi para Marcílio Dias, SC, sendo promovido feitor de turma, permanecendo nesta estação até se aposentar.
     Influenciado pelo pai, Wando, em 1948, entrou na Rede como praticante de telegrafista, sem remuneração. Em 1950 foi nomeado telegrafista, em Marcílio Dias. Nessa época, o agente de estação era Manoel Sanches Gonçalves; guarda-chaves, Manoel Gonçalves; vigia, Leopoldo Naisser; telegrafistas: os irmãos João Pedro e Mário Aguiar e Orlando Galloti.
     Na estação de Marcílio Dias, havia um restaurante para os passageiros. A responsável era Petronilla Dietrich, conhecida como Dona Nena. No local, as locomotivas abasteciam-se de lenha para chegar a Mafra ou a União.
     Em 1950, Wando foi transferido para Rio Natal, SC. Nessa estação trabalhavam os funcionários: agente de estação, Mieceslau Kabuchoski; telegrafista, João Carlos Lopes; guarda-chaves, Domingos Sabieski e Damaso Pereira. Em 1952 voltou a Marcílio Dias, onde ficou até 1978.
– Eu gostava de lá, porque é minha terra natal, por isso nunca saí. Isso é raro. Geralmente os funcionários da Rede, eram constantemente transferidos. Em 1967 passei a agente de estação. Em 1978 fui para Porto União da Vitória como supervisor de estações e fiquei até me aposentar em 1988, – conta Wando.
Como supervisor de estações, Wando viajava muito, inspecionando as estações.

– Em 1983 eu estava na estação de Herval D’Oeste, SC, que ficava à margem esquerda do Rio do Peixe. Nesse ano aconteceu a enchente que causou grandes transtornos à ferrovia e à população. No dia 7 de setembro de 1983, tinha muitos vagões vazios na estação. Chovia há vários dias. Os rios transbordaram e a água foi se aproximando da estação. Os funcionários da Rede e alguns moradores do lugar, com medo, levaram os pertences para os vagões. Mas a água subiu tão rápido que quando o trem começou a se movimentar para ir a um lugar seguro, a água atingiu a parte elétrica da locomotiva e isolou a corrente. Com isso ela não pôde sair. Eu estava na estação e vi que a água estava subindo rapidamente. Ela passou por baixo da plataforma e, em poucos instantes invadiu a estação. A água veio com tamanha fúria que tombou os vagões que estavam no quadro da estação, alguns carregados com cimento, milho e feijão. Os vagões, com os pertences foram arrastados, represando a água perto da estação e até a locomotiva, com cem toneladas ficou semi-tombada, – lembra Wando.
Foram momentos dramáticos que deixaram Wando e os colegas apavorados:
– Eu e meus colegas: João Rocha, agente de estação; Ubirajara Eniert, Waldemar Cherobim, João Matos e Eloir Depizol,agentes auxiliares; Orlando Shultz e Algacir Golanski, chefes de segurança, estávamos na estação vendo tudo. Nós fechamos as portas da estação e fomos erguendo os documentos para livrar da água, que já estava pelo joelho. Saímos da estação e fomos até a ponte que liga Herval a Joaçaba. Eu fiquei fotografando. Instantes depois que nós saímos a água veio com tanta força que arrebentou a porta da frente da estação e também a do fundo e levou tudo o que havia dentro, inclusive meu equipamento fotográfico que eu ia emprestar para meu colega. Não havia o que fazer! Eu fotografei tudo da ponte. Foi medonho! Veio a noite e eu fui para a casa do João Rocha. Quando a água baixou, eu não tinha como voltar para casa. Havia barreiras, trechos da ferrovia e da rodovia destruídos. Então fui de ônibus até Três Pinheiros e dali, fui de carona com um colono até General Carneiro e de lá, a pé, até União da Vitória, – recorda Wando.
Em meio a muitos obstáculos, Wando conta como conseguiu chegar a União da Vitória.
– Saímos ás 10 horas de General Carneiro e chegamos às 22h30 em União. Estava eu e quatro motoristas. Na hora da saída eles me disseram: “Nós já estamos acostumados a andar a pé, enfrentando chuva e barro, mas você não vai aguentar”. Eu não dei importância e respondi que ia junto. Durante a caminhada não havia o que comer. A certa altura chegamos num boteco, compramos linguiça e comemos crua. Chovia muito e havia lama por toda parte. Em Xaxim, a estrada desmoronou levando um caminhão junto e nós tivemos que ir por cima da lama, calçando com tábuas. Numa estrada que passava pelo Rio D’Areia, passamos pelo desvio, mas os rios estavam cheios e fazia muito frio. Quando chegamos próximo a União, vimos as luzes da cidade e eu perguntei: “É Porto União?” Um dos motoristas respondeu que era. Eu perguntei quantos quilômetros dava até o centro da cidade. “Doze.” Respondeu ele. A resposta me gelou! Eu lembrei da distância entre Marcílio Dias e Três Barras. Eu não aguentava mais! Doía tudo! Pensei: “Não sei se vou aguentar.” A minha bolsa pesava seis quilos, mas durante a viajem parecia pesar cinquenta quilos. Além disso, fiz o trecho todo com chuva, com guarda-chuva. Em União, fomos pelo curtume antigo. Quando cheguei em casa, molhado, gelado, cheio de barro, parei e minha esposa Jurema disse: “O que aconteceu Wando?” Eu nem respondi. Eu estava sem forças. Então ela providenciou água quente no fogão a lenha, porque não havia luz entrei na banheira e fui voltando ao normal. Foi uma aventura terrível! Graças a Deus, tudo passou! – conta Wando, emocionado.
Texto do livro: Trens  do autor Arnoldo Monteiro Bach
Fotos: Wando Sckudlarek














 

domingo, 19 de março de 2017

Conseg Norte Polícia Comunitária realiza panfletagem

  No sábado, 18, o Conseg Norte Polícia Comunitária realizou panfletagem orientando os moradores sobre a importância do projeto "Vizinho Xereta".


O Conseg também está realizando um abaixo assinado solicitando um policial
para o posto policial aqui da nossa vila.




sexta-feira, 17 de março de 2017

Assembleia de Pais e Professores

  Quinta-feira, 16, aconteceu na Escola Manoel da Silva Quadros uma assembleia de pais e professores. Foram discutidos vários assuntos, foi apresentada a prestação de contas de 2016, explicados alguns pontos do Plano Político Pedagógico, o novo sistema de avaliação, entre outros. Foi eleita também, a nova diretoria da APP - Associação de Pais e Professores e o Conselho Deliberativo.
Nova diretoria da APP:
Presidente: Douglas Kreiling
Vice-Presidente: Sandra Regina Fernandes
1ª Secretaria: Emilia Sandra Bosse dos Passos
2ª Secretaria: Ana Maria Kaschuk
1º Tesoureiro: João Maria Ferreira
2º Tesoureiro: Jean Carlo da Silveira
Conselho Fiscal: Siomara Nunes Carlos
Representante dos professores: Rejane Ennes
Representante dos professores: Marlon Arendartchuk
Representante dos funcionários: Clodoaldo Granza
Representante dos funcionários: Mariza Corrêa
Representante dos pais : Tanea Regina Predrozo
Representante dos pais: Jane da Silva Laatsch Slugowieski

Membros do Conselho Deliberativo:
Representante dos alunos: Samara Martins de Matos
Henrique Gabriel Cardoso Ribeiro
Representantes dos pais:
Terezinha de Jesus Kelczeski Salai
Luzia Domingos P. Alves dos Santos
Representante dos Professores:
Rejane Ennes
Gaspar Soares
Representante dos funcionários:
Lucimara de Paula Cordeiro
Cleide Mary de Matos Borges
Conselho Deliberativo.

APP.
João Maria Ferreira tesoureiro e Diogo Kreiling presidente da APP.

Telegrafista Wando Sckudlarek demonstrando como funciona um telégrafo


quarta-feira, 15 de março de 2017

Wando Sckudlarek - Uma História de Amor a Ferrovia e de Superação


     Como contar uma história de uma vida em poucos parágrafos? Isso é um desafio!
Foi numa tarde de sábado que eu e Fátima Santos fomos visitar seu Wando Sckudlarek e dona Jurema, em Porto União. A princípio, seria uma visita rápida para podermos fotografá-los e ouvir algumas histórias de Marcílio Dias e da Estrada de Ferro. Lá ficamos a tarde toda e poderíamos ter ficado por muito mais tempo naquela companhia agradabilíssima que não faltariam boas conversas e risadas.
O Sr. Wando nasceu em Poço Preto, em 26 de dezembro de 1933, e seguiu os passos do pai, João, que também era ferroviário *Turmeiro e também barbeiro. Um dia, um cliente de seu pai, de nome José Monteleve, disse: “Wando porque não estuda para ser Telegrafista? ” De tanto ele lhe falar, ele foi fazer uma carta para poder pedir autorização para praticar. Trabalhava na empresa Olsen durante o dia para poder praticar à noite. Fez concurso para Telegrafista, depois Agente de Estação, Chefe de Estação e se aposentou como Supervisor. 

       Wando Sckudlarek, morava na casa de escamas em Marcílio Dias que foi comprada, por seu pai, do senhor Ernesto Todt em 1947. Segundo Sckudlarek, o antigo proprietário era um alemão que tinha um açougue. O pai de Wando utilizava o porão da residência para fabricar deliciosos vinhos, que eram feitos em vasilhames de 40 litros. Os garrafões eram comprados na cervejaria do Loeffler. Durante 44 dias era feita a purificação da bebida, para que pudessem deixá-lo envelhecer. Nas vigas de madeira eram marcados o dia, mês e ano da fabricação. “Para um litro de vinho eram utilizados 7 quilos de uva. Meu amigo Mário Aguiar dizia que o vinho era um remédio”,( risos). Com certeza era um Santo remédio pois seu Mário viveu até os 95 anos.

Casado com Dona Jurema há 58 anos e juntos tiveram três filhos: Wilson, Wilmar e Walquiria. A família morou na casa da Estação Ferroviária em Marcílio Dias de 1972 a 1978. O sogro também trabalhou na Estrada de Ferro: “Desde pequena morando na beira dos trilhos do trem”, afirmou D. Jurema.

Nessa época, fez curso de relojoeiro e fotografia. Comprou sua primeira máquina fotográfica em 1955, onde registrou belas imagens entre festas, retratos 3x4, paisagens e fotos com os antigos amigos de profissão. O primeiro casamento que fotografou foi de Elen Pangratz. Logo após a cerimônia, seu Wando chegou em casa e foi revelar os negativos. “Mandei a Jurema fazer o fogo no fogão à lenha, enquanto isso revelava as amostras de fotos que seriam escolhidas, posteriormente, pela noiva. Tirei as argolas do fogão, fiquei com os retratos na mão balançando até secarem. No mesmo dia entreguei para os noivos que ficaram espantados com a rapidez. Naquela época tudo era mais difícil, e às vezes demorava meses para um fotógrafo entregar as provinhas”, relatou. Na empresa Olsen fazia as fotos 3x4, colocava quatro funcionários, um ao lado do outro, para que pudesse economizar o filme. Também arrumava os relógios, trocando os rubis e fazendo pequenos reparos, quando necessários. Para os conhecidos fazia até a instalação dos relógios de paredes, conhecidos como cucos.

 Na sala de espera da estação, durante à noite, ele tinha aulas com a professora Aline Diettrich, que ensinava seu Wando e outros alunos do distrito para poderem concluir o ginásio (atual ensino médio). Depois de concluir os estudos, seu Sckudlarek passou no vestibular para administração, porém optou por deixar seu filho mais velho iniciar o curso, pois havia sido aprovado em Joinville, graças à dedicação do pai que lhe deu as aulas de Matemática.
Na Ferrovia, fazia um trabalho paralelo a pedido da Rede, ele tinha de medir o nível de chuvas na região “Tínhamos o pluviômetro na estação de Marcílio Dias, assim era possível saber quanto choveu em um dia. Se tinha dado raio, trovão ou vento, eu marcava também”, lembrou.
Um dia seu Wando teve que pegar uma rabeira de Trem. “O maquinista tinha dormido, eu pulei no vagão em movimento e fui até a cabine para acordá-lo”, relembrou. A Rede fornecia aos agentes, bombinhas que eram colocadas na linha durante o trajeto para que o maquinista não dormisse, ou se dormisse, acordasse com o barulho.
Na enchente de 1983, ele estava trabalhando em Erval do Oeste, a água entrou com tanta força na estação que chegou a tirar os vagões dos trilhos. Além disso, os ferroviários haviam colocado suas mudanças dentro dos compartimentos do trem, mesmo assim, não conseguiram salvar nada. A água invadiu tudo.
A despedida do Trem misto foi feita com muito carinho pelos companheiros. “Foi feito faixa e colocado bombinhas no trilho para nos despedirmos o último trem de passageiros na região", falou.
Em 1978, foi transferido para Porto União como Supervisor de Estação, se aposentou com 54 anos de profissão, mas ainda sente falta dos velhos tempos. “A vida inteira na linha do trem, tenho saudade. Fiz muitos amigos durante esses anos. Quando vejo tudo abandonado, dá uma pena disso tudo. Fico muito triste, a ferrovia era o maior patrimônio do Brasil, acabaram com a estrada de ferro”, desabafou.
  Atualmente, ele e esposa vivem em Porto União. Dona Jurema é voluntária da Rede Feminina de Combate ao Câncer, Seu Wando Mestre Harmonia Maçônico. Há dois anos teve um AVC, ficou em uma cadeira de rodas. Porém isso não deixou que ele desanimasse. Aos 84 anos com muita disposição e determinação, voltou a andar e as atividades do dia a dia. Faz exercícios regulares, dança com a esposa e tem um hobby, um estúdio de música em sua casa. Ele passa as músicas dos discos de vinil para o pen drive. Para quem quer chegar à terceira idade com tudo em cima, seu Wando é a prova que não devemos nos permitir de deixar de viver!
*Que cuidava da manutenção dos trilhos.
Escrito pela jornalista Pollyana Martins
A seguir fotos do acervo de Wando Sckudlarek:
Wando e Jurema em sua residência. Porto União, SC.

Ex-ferroviários.

Wando e Jurema no pátio da estação de Marcílio Dias.

Casal na estação de Marcílio Dias.
 

Antiga casa onde morou seu Wando em Marcílio Dias.
  Fotos registradas no dia da visita:
Fátima Santos, Wando e a jornalista Pollyana.

Wando e Jurema.

Wando com o quepe de Agente de Estação.

No estúdio.

Com o filho Wilson e o telégrafo.

Quepes que utilizou no período que trabalhou como ferroviário.

Com a antiga câmara fotográfica.

Leandro, Pollyana, Fátima e o casal Wando e Jurema em Porto União.
 Seu Wando conta uma história que aconteceu no tempo que trabalhava na estação de Marcílio Dias.