sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

"O Meu Lugar": da concepção ao êxtase

     Sonhos! Sonhos! Sonhos! Como não tê-los? E entre os tantos sonhos que eu tive, um deles, talvez, tenha sido o maior. Convivo agora com a feliz realidade de vê-lo, bem aqui em minha frente, aberto antes os meus olhos, estampando imagens, desenrolando letras.
O sonho de escrever um livro. O sonho de vê-lo publicado. Era um sonho tão distante. Parecia-me longe, muito ao longe, lá onde ficam os meus imaginários portais.
Escrever por escrever, sempre escrevi. Pequenos textos jogados ao léu. Esparsas frases para esparsos cartões. Algumas páginas em publicações alhures. Crônicas em jornais. Relatos e relatórios. Descrições de casos clínicos.
O tempo corria e eu envolvida nas tramas de meu diuturno correr. Que não tinha fim. Estudos que não tinham fim. 
Até o dia em que as pedras desses muros foram removidas uma a uma… Até o dia em que caíram as grades que me separavam do místico mundo aonde minha alma vivia cercada pela realidade crua do mundo real. 
Foi só então que livre e solta no ar eu me senti. Não mais obrigações profissionais a me envolverem. Não mais rígidos horários a cumprir. 
Três anos já são passados daquele dia de esplendente sol em que desta minha liberdade a um amigo contei. Ao meu amigo Edinei. Que editava já há algum tempo um jornal virtual. E a resposta para o meu poema de liberdade foi assim: 
– Então agora tens tempo para escrever! 
Foi o convite para colaborar no JMais. Onde poderiam voar as asas de minha imaginação. 
E sob o título “Reflexões” muitos textos pelo ar foram sendo semeados. 
Textos captados no fundo da memória, como escrevi na orelha do livro: 
O tempo caminhou, inexoravelmente, durante mais de cem anos desde o dia em que meus Nonnos Pedro e Thereza Gobbi deitaram suas sementes em uma colônia chamada São Bernardo. Em uma estação de trens chamada Canoinhas. 
Muitas histórias ficaram pelos caminhos. Histórias contadas ao pé do fogo das noites invernais das décadas primeiras do século passado. Histórias que ficaram pelos caminhos até o dia em que delas fui tomando parte. 
São esboços desenhados na memória que, em forma de palavras, eu fui espalhando por muitas páginas. Páginas que eu não queria ver amarelecidas pela inclemência do tempo. 
Palavras que tomaram forma de vida, que se transfiguraram em pessoas, que se amalgamaram em ideias. 
E o esboço que era tênue transformou-se em miragens. 
Esboços de miragens que talvez sejam minhas. 
Miragens de esboços do pouco que eu tenha sido. 
Esboços de miragens que, talvez, sejam o todo que eu sou.” 
Algumas colunas e algum tempo depois meu amigo Edinei provoca-me para que um livro com meus textos seja editado. O fim do ano nos encontra com pouco material ainda. E mais um ano se passa com meu amigo envolvido com seus afazeres tanto na imprensa como preparando e ministrando aulas na UNIUV e ainda correndo a cada fim de semana para Curitiba a fim de assistir às aulas do Curso de Mestrado que há muito ambicionava. 
No início do ano passado já havia matéria para mais de um livro. Comecei então com a seleção dos textos, separando-os por temas, formando blocos. Ler então tudo calmamente, revisando e corrigindo. Tirando algumas palavras. Inserindo outras. Mudando-as. Acrescentando frases. 
Enfim, um calhamaço foi enviado ao amigo Edinei que se propunha fazer a diagramação do livro e em fins de julho reunimo-nos em seu estúdio lá no alto da colina encantada que fica do outro lado da cidade. 
E então a emoção tomou conta de mim. Lá se encontrava o meu livro, em virtual imagem, ante os meus olhos. Fiquei deslumbrada. Outra diagramação não teria graça. Tinha que ser aquela que a criatividade de meu amigo imaginara. 
Mas, eram páginas demais para o formato normal de um livro. As editoras cobram por página… Seria um alto custo… E eu nada queria amputar. Muitos textos já haviam ficado de fora. Pacientemente, Edinei aumenta as dimensões do livro, tornando-o mais delgado sem que para isto uma linha sequer ficasse de fora. 
Envia-me então o bloco inteiro para que eu fizesse uma revisão preliminar. Era a minha vez de ter paciência e a tudo ler, revisando e corrigindo, palavra por palavra, frase por frase, página por página… 
Em uma tarde de agosto envolvemo-nos uma vez mais no estúdio de seu tugúrio para a tudo repassarmos. E então Edinei pergunta-me sobre o prefácio. Quem o escreveria? Nem tive dúvidas a respeito. Só poderia ser a pessoa que me conduzira até aqui. E pedi que Edinei me desse a honra de fazê-lo. E eu ainda teria que escrever as orelhas e os agradecimentos e ou dedicatórias. 
No fim do mês estávamos com nova montagem revista e melhorada. Que impressa e montada foi em duas vias. Para serem entregues nas mãos de meus imortais amigos Professores Ederson Luiz Matos Mota e Pedro Penteado do Prado para aquela revisão minuciosa e especializada. 
O capricho e a extrema dedicação com que envolveram o trabalho, só valorizou os textos meus. 
E mais uma tarde, já no início de novembro, passamos ante a tela do computador de Edinei em seu recanto na mística colina. 
Após repassarmos todas as correções feitas pelos meus amigos revisores mostrou-me ele a capa escolhida para o livro. Uma belíssima imagem captada pelo olhar poético de minha amiga Fátima Neizer Santos. Uma foto em sépia contemplando toda a saudade que envolve um prédio de madeira construído há mais de um século, o lugar aonde eu nasci, a estação de trem de nossa vila. 
Para a contracapa o, para mim, emocionante texto de Pedro Penteado do Prado, tendo como fundo uma esmaecida foto de nosso rio Canoinhas com um bote e um caçador de perdizes e seu cachorro. Meu pai e Graife. 
E mais algumas fotos. O primeiro hotel da região, o Hotel Gobbi. O restaurante da estação, em seus dias de glória e que fora construído por meus Nonnos. E a primeira ala, em alvenaria, do Colégio Sagrado Coração de Jesus, ainda em fase de construção, com as alunas em aula de Educação Física. 
E o nome? Que nome teria o livro? Tantos nomes por minha cabeça haviam passado e nada servia. Com seu imperturbável jeito Edinei olha-me e sugere: 
– “O Meu Lugar”. Que tal? Porque tudo no livro é o teu lugar. 
E diagramadas foram a capa, a contracapa e o costado. Com “O Meu Lugar” em lindo tom de verde coreografado. 
Mais algum tempo de angústia à espera da ficha catalográfica. Que foi gentilmente realizada pela UNIUV.  Ficha que depois foi enviada para Depósito Legal na Biblioteca Nacional. E ficamos então, no aguardo do importante número emitido pelo ISBN, sem o qual o livro não poderia ser editado. 
Enfim, para a editora Impressul Indústria Gráfica de Jaraguá do Sul o calhamaço foi enviado. Alguns dias depois recebo o boneco para uma nova revisão. Lido, relido e mais uma vez revisado, exaustivamente, o devolvemos. Mais um retorno para novas adaptações na diagramação. Enfim, eu sabia que quinze dias depois ele estaria em minhas mãos. 
E chegou até três dias antes do prazo. Graças a Elô, da editora, com quem nos comunicávamos e que conseguiu acelerar o processo. E numa terça-feira que antecedeu a noite mágica de Natal comemoramos aqui em casa, sob o lindo pinheiro iluminado, o livro primeiro que saiu de meus inquietos e românticos rabiscos.
 
  Escrito por Adaír Dittrich

Lançamento do livro "O Meu Lugar" dia 26 de janeiro na Sede da Associação Vêneta La Bella Itália.

A escritora com Maria Isabel Tadra a moça da capa do livro.

Jornalista Edinei Wassoaski.

Adair com familiares.











Maria Isabel com familiares e Fátima Santos autora da foto de capa do livro.










quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Uma vida transformando outra vida

        Quando Nezio achou que estava tudo perdido e que a vida dele dependia de outra, ele não contava com a palavra amor e doação. Por causa da doação de órgãos ele conseguiu receber um transplante.
Em 2011 Nezio Fosgrau descobriu que tinha problemas renais, a princípio sentia falta de ar. A noite não conseguia respirar, tinha que dormir sentado. O médico havia dito que era um problema no coração, e ele estava fazendo o tratamento para esse fim. Nezio trabalhava em uma floricultura, e um dia não estava bem, foi consultar com outro especialista, pois seu médico estava viajando. Na ocasião, o outro cardiologista pediu mais exames, e foi constatado que o problema que ele tinha era renal, e que o coração estava dilatado decorrente da doença. Ficou internado por dois dias, onde foi transferido para Mafra que possui uma filial da Pró-Rim. Foi feita uma cirurgia para a colocação do cateter no mesmo dia, para que ele pudesse começar com a hemodiálise. Durante dez meses, três vezes por semana, ele tinha que sair às duas horas da madrugada para fazer hemodiálise e voltava perto das treze horas . “Tinha que ficar sentado por quatro horas. A sensação é como se eu tivesse doando sangue. Dava-me enjôo e tontura. Muitas vezes tinha que sair de cadeira de rodas da sala, pois me sentia muito mal”, relembra. A máquina de hemodiálise é fundamental no tratamento dos pacientes que perderam as funções renais. Ela substitui os rins na filtragem do sangue. Graças a esta máquina, os pacientes são mantidos vivos e com qualidade de vida. A Pró-Rim, que é pioneira na hemodiálise e nos transplantes renais em SC, faz por ano 150 mil sessões de diálise. Depois de vários exames Nezio entrou para fila de transplantes, na esperança de que aquela situação  pudesse ser revertida e ele então, poderia ter uma vida quase normal. Em sete de maio de 2012 uma ligação mudou a sua vida dele. Há mais de nove meses na fila de um transplante, o dia tinha finalmente chegou. O hospital São José de Joinville havia ligado as 8h00min da manhã e pedido para que ele estivesse lá até o inicio da tarde para que fosse realizado o transplante. “Fiquei em estado de choque, liguei para minha irmã que mora no Matão para ver se ela poderia ir comigo. Liguei para a prefeitura no setor de transportes, e eles me disseram que iria uma ambulância para Florianópolis e que poderiam me dar carona. Nos arrumamos e partimos”, diz
.Ao chegar ao Hospital, ele foi internado e a noite realizou o procedimento. Foram quase nove horas de cirurgia. “Eu fiquei sabendo que a doação era de uma mulher que havia falecido, mas tudo é muito sigiloso, eles não dão detalhes”, conta.
Ao sair do Hospital mais uma batalha, a da recuperação. Ele não poderia carregar peso, teria que usar máscara por seis meses, não poderia dirigir por um tempo, tomar mais de 20 comprimidos por dia, além disso, torcer para que não houvesse a rejeição. Após o transplante de um órgão, o organismo do receptor pode desencadear uma reação imunitária contra os elementos dos tecidos provenientes do doador, podendo provocar a destruição do tecido implantado. No caso de Nezio, o transplante foi um sucesso. Durante dois meses toda a semana ele fazia o acompanhamento Pós Transplante na Pró-Rim em Joinville.
Depois de quase quatro anos ele comemora o resultado, tomando a medicação, pode levar uma vida quase normal. A cada dois meses faz o acompanhamento em Joinville, onde realiza uma bateria de exames. Toma 19 comprimidos por dia. “Tomo a medicação e levo uma vida normal. Qualquer coisa é ainda melhor do que a hemodiálise. Foi Deus que conseguiu com que o transplante fosse realizado e desse certo”, finaliza. 

DOAÇÃO DE CÓRNEAS

Em 2014 o Hospital Santa Cruz (HSC), ficou em 3º Lugar no Estado de SC no Ranking de Captações de córneas do ano de  2014, dentre 13 Hospitais credenciados em captação de córneas. “Apesar de termos começado este
bonito trabalho em maio de 2014, onde se iniciou a campanha a favor da doação de órgãos e tecidos,  oportunizando  todos os familiares a realizarem a doação de órgãos ou tecido do seu ente querido. “Juntamente com o Enfermeiro Ricardo, fazemos parte da CIHDOTT- Comissão Intra-Hospitalar de Doação de órgãos e tecidos para transplante, tendo como foco principal prestar assistência humanizada aos familiares nesse momento tão delicado”, explica a Enfermeira Karin Adur.
Para conhecimento da população há uma lei, de nº 9.434, DE 4 DE FEVEREIRO DE 1997
 que Dispõe sobre a remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de transplante e tratamento, a qual nos respalda e
nos motiva a realizar este trabalho grandioso. “Atualmente no estado de SC, infelizmente  possuímos muitos pacientes na fila de espera por um transplante, dados fornecidos pela SC transplantes, CNCDO (Centrais de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos), referente ao ano 2014, expôs que no mês de dezembro haviam 353 pacientes a espera de um transplante de córnea, 361 pacientes a espera de um rim, 55 a espera de medula óssea, 48 na espera de um fígado, entre outros órgãos e tecidos também expostos no site, um número relevante comparado ao índice de mortalidade de nosso estado”, salienta Adur.
A CIHDOTT tem como função conscientizar a todos sobre a importância da doação de órgãos e tecidos, e realizar informações, bem como esclarecer dúvidas sobre o assunto abordado.
possuem dúvida em relação à aparência de seu familiar, porém convém ressaltar que NÃO altera a fisionomia do paciente, a mesma permanecerá intacta e com este ato de amor ao próximo o paciente estará oportunizando 4 pessoas a voltar enxergar. A autorização para doação deverá ser realizEm relação a doação de córneas, este procedimento é realizado pelos enfermeiros da CIHDOTT, Karin Adur e Ricardo Gaieviski os quais realizaram aperfeiçoamento na área, a retirada das córneas (enucleação) é realizada no HSCC após a autorização familiar, a captação da córnea é gratuita. “Muitas pessoas ada pelos familiares de 1º grau: pai, mãe e filhos, familiares de 2º
grau: avós e irmãos, cônjuge, união estável comprovada e curador comprovado”, diz Karin.
A córnea é uma película transparente localizada na parte anterior do olho, se houver perda de sua integridade, ela pode se tornar embaçada, trazendo dificuldade na visão, podendo levar a perda da mesma, para entender melhor, imagine um relógio quando você molha ele embaça o vidro, mesmo que sua máquina esteja boa, será difícil verificar as horas, assim é a córnea, caso ela esteja “embaçada”, mesmo que o resto do olho esteja sadio, a visão vai ficar ruim, prejudicada, somente com a troca da córnea doente por uma sadia e transparente poderá reestabelecer a qualidade da visão
No Brasil há cerca de 30 mil pessoas a espera de uma córnea, algumas pessoas já estão praticamente cegas e após a cirurgia poderão voltar a enxergar novamente.
O importante é que essas iniciativas estão ajudando a diminuir a fila de transplantes no estado e salvando vidas. A pessoa que quer ser doadora deve comunicar a família desse desejo, e deixar claro que depois de sua morte os órgãos poderão ser doados, pois somente a família pode autorizar o procedimento.

Nezio, morador de Marcílio Dias.
 Escrito pela jornalista Pollyana Martins.
 

 

 
 

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Final de semana com futebol

 Jogaram neste último final de semana, no Estádio Wiegando Olsen:
Inovacar x Olímpico B e Grêmio Marcílio Dias x Inovacar Veteranos, no sábado. E no domingo: Grêmio Marcílio Dias x Young Boys. Jogos preparatórios para a copa Peladão 2017 que vem aí em fevereiro.

 



 
Sábado.
 


 


 

Os sinos da Matriz - Entardecer de domingo.

Vídeo de Fátima Santos, registrado domingo, 22, do alto do Edifício Cristo Rei do apartamento de Renato e Teka Schlukat. Canoinhas, SC.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Marcílio Dias por Carolina Carvalho

   "Por que existem lugares que são mágicos, momentos que são especiais e instantes que são únicos - o valor da vida está em saber dar valor"( Lucas Otavio Peres )....
Antigo restaurante da estação


Estação.
 
Antigo Salão Metzger hoje Bar do Coringa.

Fátima Santos autora deste blog e Coringa.

Rua Carlos Groth.
Casa de escamas de propriedade de Marcelo e Karla Pazda. Rua Bernardo Metzger.

Janela da casa de escamas.

Detalhe da casa dos Olsen. Rua Bernardo Olsen.
Casarão dos Olsen.

Rua Bernardo Metzger.

Rua Carlos Groth. Garotinha Ana Júlia.

 

Garça na propriedade da família Lübben.

 

Antiga cerâmica próximo ao Campo do Trigo.

Rua Maria Olsen.

sábado, 21 de janeiro de 2017

Lembranças de um agricultor: Alfredo Heriberto Sorg

        Alfredo Heriberto Sorg, falecido em 2002, foi um grande agricultor aqui do nosso distrito. Durante muitos anos produziu os mais diversos tipos de produtos em sua horta na rua Bernardo Olsen. Ganhou um prêmio pela produtividade de seu trabalho. Estas fotos são do acervo da família.
Seu Alfredo tomando um mate.

Criação de coelhos.

Filhos do casal Alfredo e Engi: Ingtridt, Margareth, Roberto, Heriberto
e Alfredo. Há 50 anos aproximadamente. Cinco dos sete filhos.
 

Alfredo Sorg com troféu que ganhou do Prêmio Produtividade de 1981
em Brasília.
 
     Imagens da antiga plantação de Alfredo Sorg e família na rua Bernardo Olsen:






 
Outras imagens da família Sorg acesse: